Major Vieira almeja o desenvolvimento gerado pela indústria

Major Vieira vê as primeiras cargas de papel saírem da recém-inaugurada indústria do setor instalada no seu solo e ganharem mercado. Impactadas pela crise como praticamente todos os municípios brasileiros, a cidade avança mais um ano, agora com um olhar mais otimista, pelo que o desenvolvimento do setor ainda pode gerar para o seu futuro.

Divisor de águas

Essencialmente agrícola, a cidade de Major Vieira, com seus 8 mil habitantes, está vivenciando um novo momento com a chegada de uma indústria papeleira. A Mister Paper começou a operar no final de dezembro, prevendo a geração de mais de 200 empregos e favorecendo o incremento da receita do município. Para garantir o empreendimento em terras major-vieirenses, o município fez a doação de uma área de quatro alqueires à empresa. O esforço, em período de vacas magras para o município, vislumbra o retorno a longo prazo. “Além de atender um problema social que é a questão do desemprego, e que leva a juventude a sair daqui depois da formação acadêmica, esse empreendimento representa um movimento econômico muito grande e diário”, comenta o prefeito Orildo Severgnini.

O gestor municipal prevê que a receita do município possa dobrar ou mais em poucos anos, isso em função dessa indústria e das demais empresas que estão surgindo para serviços relacionados a ela.

De acordo com o empresário Silvestre Mijeski, a Mister Paper entrou nas primeiras semanas de operação já com pouco mais de 40 funcionários, trabalhando inicialmente em um turno até desenvolver pessoal e mercado. Conforme as vendas avançam, o quadro de colaboradores vai crescendo. No momento, a empresa está vendendo para a região Sul e Mijeski já adianta que pretende avançar para o Sudeste. “Sabemos que tudo hoje no Brasil e difícil. Nós precisamos ser otimistas e trabalhar muito para ir vencendo todos os obstáculos”, diz o empreendedor.

O Produto Interno Bruto (PIB) de Major Vieira em 2015, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sofreu queda de mais de 15% naquele ano em relação ao anterior. Segundo o prefeito, o município se adequa a uma queda que equipara a receita aos recursos do ano de 2001. E integrar essa vocação papeleira da região, conciliando com a madeira industrializada e a base agrícola da cidade, é a esperança para um futuro mais promissor. “É um divisor de águas na vida de Major Vieira. Era Major Vieira antes da Mister Paper e Major Vieira depois da Mister Paper”, declara Severgnini.

Com colaboração de Thaís Guimarães de Lima, matéria publicada no Jornal Correio do Norte.