ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE MAJOR VIEIRA PARTICIPAM DA 5ª EDIÇÃO DA OLIMPÍADA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Por Marilda Rodecz

 

A Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, foi instituída em 2008, com o objetivo de colaborar para a melhoria do ensino da leitura e da escrita. O  programa vem desenvolvendo ações de formação presencial e a distância, disponibiliza materiais com orientações pedagógicas e promove a reflexão sobre práticas educativas. 

As escolas de nosso município participam do Concurso, cujo tema é: “ O lugar onde vivo” nas categorias Poema ( alunos de 5° e 6° anos Ensino Fundamental ) Memórias Literárias ( alunos de 7° e 8° anos Ensino Fundamental ) , Crônica ( 9° ano Ensino Fundamental e 1° do ano do Ensino Médio) e Artigo de Opinião ( 2° e 3° anos do Ensino Médio ).

 Em cada escola inscrita, foi realizada a Etapa Escolar, que selecionou entre os alunos participantes 01 texto por categoria, encaminhando-os para a Comissão Julgadora Municipal.
A Comissão Julgadora Municipal organizada por Marilda Rodecz – coordenadora da Olimpíada no município, juntamente com Cleonice Terezinha Papes de Oliveira, Francisco Pericles Pazda , Regina Célia Pereira Seleme e Wania Regina Vercka selecionou os textos abaixo relacionados para participarem da etapa estadual da 5ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.
 

PARABENIZAMOS TODOS OS ALUNOS, PROFESSORES E ESCOLAS PARTICIPANTES DA OLIMPÍADA DA LÍNGUA PORTUGUESA.

Categoria: Artigo de opinião 
Título: ALIMENTOS TRANSGÊNICOS SÃO SEGUROS?
Escola: EEB LUIZ DAVET
Diretor(a): GISELI JURACZEKY KRAUSS
Professor(a): CRISTINA SCHUMACHER
Aluno(a): NILTON WILLIAN PECHIBILSKI – 3ª série Ensino Médio

Hoje, quando vamos a um supermercado, vemos que há muitos alimentos produzidos a partir de plantas transgênicas, ou seja, geneticamente modificadas.
Várias pessoas ainda têm dúvidas sobre a segurança desses alimentos e tentam restringir seu uso, substituindo-os por alimentos produzidos a partir de plantas convencionais. Nos últimos anos, porém, está difícil de realizar esta tarefa, já que os produtos produzidos a base de transgênicos não param de aumentar nas prateleiras dos supermercados.
Apesar de vários estudos confirmarem que a transgenia de plantas não causa nenhum problema à saúde humana, muitas pessoas têm receio dessas informações. 
Outras perguntas também são frequentes. Por exemplo, se o uso de plantas geneticamente modificadas é realmente necessário para suprir a necessidade de demanda alimentar do planeta, ou se essa biotecnologia causa algum problema ambiental.
Posso afirmar que os alimentos em questão são seguros para a alimentação humana, animal e até para o meio ambiente. Tal conclusão tirei do novo estudo publicado pela Academia Nacional de Ciência, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos. O texto afirma que os especialistas não encontraram diferenças que apontem para um maior risco dos alimentos transgênicos, se comparados com variedades convencionais. Outra afirmação feita foi que a biotecnologia agrícola trouxe benefícios agronômicos e ambientais. Além disso, demonstrou potencial em ganhos para a sociedade mundial.
É possível que ainda haja uma certa desconfiança por parte da sociedade, mas que deve ser superada, pois já são vinte anos que o mundo adotou essa técnica. Vinte anos em que esses produtos foram rigorosamente testados e comprovados a sua total segurança.
Na minha opinião, o uso de transgênicos é a solução para enfrentar os desafios alimentares nos próximos anos, garantindo alimento de qualidade e em quantidade suficiente para suprir a demanda mundial.
Os transgênicos apresentam muitos benefícios. Entre eles, pode-se citar as plantas resistentes a insetos, que evitam ou reduzem a utilização de inseticidas. Desse modo beneficia o agricultor, que reduz seus gastos, o meio ambiente, que não é contaminado com o excesso de agrotóxicos e o consumidor em geral, que fica livre de resíduos de inseticidas. Está claro que devemos apoiar os investimentos na biotecnologia agrícola e proporcionar inúmeros benefícios.
Provavelmente, esse medo de utilizar esses produtos vai ser aniquilado com o passar do tempo, porque logo a palavra “transgênicos” vai ser associada à produtividade e principalmente à qualidade.
Para concluir, ressalto que a qualidade que temos nos alimentos, que por sinal são muito saudáveis e seguros, bem como a sua abundância no planeta não são por acaso, mas benefícios da evolução da biotecnologia agrícola e a implantação da transgenia.

 

Categoria: Crônica 
Título: O INSTANTE QUE O OLHAR DESPERTOU
Escola: EEB LUIZ DAVET
Diretor(a): GISELI JURACZEKY KRAUSS
Professor(a): HENRIQUE ALVES DE LIMA
Aluno(a): BRENDA RAIZA WOICHIKOSKY DA SILVA – 1ª série Ensino Médio Inovador

Moro ali… ao lado da casa da Olga, a costureira.
– Como assim?
Bom esse dizer só poderia ser da cidade de Major Vieira, pequena e tranquila do Planalto Catarinense, mas não se engane minha vida de estudante do Ensino Médio prestes a fazer o primeiro Enem é uma correria só. Até que descobri que atrasar o ponteiro do relógio nos faz olhar coisas jamais vistas apesar de estarem sempre ali.
Naquela manhã fria do mês de julho, extrapolei o balanço do tempo e saí correndo a caminho da obrigação. Com muita pressa acelerava meus passos sobre o asfalto gasto, e como é de costume da minha cidade, sussurrava alguns “Bom dia!” para aqueles que a engrenagem do relógio já não importa mais. Cheguei àquela construção familiar: a escola. Estava ofegante com os tênis desamarrados parei no refeitório para me recompor, mas, quando me abaixei para amarrar os cadarços, meu olhar focou como que em câmera lenta para cadeira e a menina, ninguém mais a observava, senão eu.
Os brincos dela refletiam o metal da cadeira e vice-versa. Seus cabelos com fitinhas coloridas davam contraste ao preto da cadeira. Naquele instante esqueci-me da anatomia dos olhos, que não se dividem em pupila, retina ou cristalino e sim em olhar e ver. Dessa vez eu consegui olhar as rodas da cadeira que encantava como roda gigante, num beijo áspero com o cimento ou em um rodopiar de bailarina. Vi com profundidade os traços expressivos de seu rosto e o balé de suas mãos. Ela sentiu minha presença e o meu olhar se cruzou com o olhar de seus olhos castanhos como num momento de curiosidade e descoberta.
Depois de segundos vi apenas a sombra da menina e sua cadeira conduzida indo ao longe. Olhei meus tênis agora, segurei a corda e fiz um laço como quem quisesse eternizar esse momento em um presente e como quem já estava cansada de andar com os cadarços desamarrados, que ao invés de fazer um nó de empatia passava batido recusando o olhar das outras pessoas. Na verdade, temos que nos abaixar abaixar nosso ego, colocarmos os joelhos no chão, parar de olharmos nossos próprios cadarços e ver quem precisa de um laço de amor, pois muitas vezes olhamos indiferente e não vemos como eu não havia visto. A menina dos laços e fitas estuda e brinca na mesma escola pública que eu, que vai e vem pelos caminhos que para mim são suaves, mas para ela são caminhos não só de asfaltos gastos, mas de muitos obstáculos nessa pequena cidade.
Ah! Esse nosso olhar, que precisa despertar para ver o que está a nossa volta…

 

Categoria: Memórias literárias 
Título: MEMÓRIAS QUE O TEMPO NÃO LEVA!
Escola: EEB LUIZ DAVET
Diretor(a): GISELI JURACZEKY KRAUSS
Professor(a): ANDREIA FERREIRA TERRES MICHELON
Aluno(a): TAILANI JAMILI REIS – 7° ano Ensino Fundamental

Ah! Major Vieira… Bom, falando assim parece uma cidadezinha qualquer, mas nela tem a minha história. É meio difícil escrever uma memória literária, porque não fui eu quem as viveu, e… Nesse texto vou depender de uma “pessoa” para poder enxergar Major Vieira no passado.
Lugar de casinhas de madeira bem detalhadas, “ô” capricho! Gente passeando, trabalhando, estudando…
Falando em estudar, a escola era o “pesadelo” das crianças. Eu dava graça quando não precisava ir à escola, não era por causa dos alunos nem pelos estudos, e sim, por todo o resto. Bom… Os professores eram “gente boa” até conhecê-los direito, se errássemos ou encarássemos um deles, levávamos “reguadas, cadernadas, cabeçadas, joelhos no milho, ou até castigo do silêncio”.
Enfim… Era o “pesadelo” das crianças ou adolescentes ter que ir à escola. Os professores eram terríveis, e nem quero falar do diretor! Havia muitas regras: uniforme completo todos os dias, tênis limpinho, sem boné, sem qualquer brinquedo. Na verdade não era o “brinquedo”, pois nós mesmos gostávamos de inventá-los: petecas, carrinhos, cetras. Com as cetras, arapucas e armadilhas usávamos para caçar. Também pescávamos muitos peixes, fazíamos nossas próprias varas com linhas. Era a nossa diversão! Além das regras da escola castigos coisa e tal, os alunos “iniciantes” eram como “bichos”, de tanta vergonha que tinham.
Eu gostava muito de caçar, e também de passear. Eu até tinha um carro, mas a maioria das pessoas andava de carroça, a pé, a cavalo, bicicleta, enfim. Quando íamos passear tínhamos roupas especiais, que a maioria das vezes era feita em casa. Para isso comprávamos as “fazendas” – tecido de antigamente. Com elas, além de costurá-las caprichávamos nos detalhes como: bordado, tricô e crochê.
Em nossos passeios passávamos pelos trilhos do trem, feitos pela “Lumber” – essa empresa muito grande veio para região e contratou muitos maquinistas para conduzi-los. Ela desmatou muita madeira nativa, a maioria dessas árvores era tão grossa, que para abraçar uma delas era preciso uns dez homens! Depois disso, a “Lumber” foi embora, e deixou somente os ramais, que neles continham os trilhos do trem. E é claro, toda mudança ambiental causada em nosso lugar. Hoje temos na cidade muitas serrarias que dão emprego para muita gente, mas, no entanto, incentivam a comercialização da madeira de corte. 
Quando era pequeno gostava muito de ir nas “bodegas” – antigo local de comércio. Para chegar até lá eu tinha que passar pelas estradas de chão batido, para então matar minha vontade de comer doces. Hummmmm!!!… Aquele cheirinho de doce! Comprava: bala de banana, sorvete seco e maria-mole. Dava alegria de viver! Até dava para dizer que o “cheiro” da vida era doce! Muitas coisas comprávamos em lojas, mas, o leite era entregue pelo leiteiro em casa bem fresquinho. Profissão antiga que ainda existe em minha cidade. E na volta para casa, mamãe fazia um café tão delicioso que dava para sentir o aroma de longe. Passado e coado em filtro de pano, bem diferente dos filtros de papel de hoje. Nem precisava ela nos chamar, porque o cheiro nos puxava e guiava-nos até a cozinha para em família, ao redor da mesa nos alimentar. 
Hoje sou adulto, e vi muita coisa mudar em minha cidade. Melhores condições de vida como: moradia, saúde, educação, ruas asfaltadas. E as “bodegas” que hoje são mercados e grandes lojas, pensando melhor… Ainda tem uma “bodega” “aqui”. E cada vez que passo por lá, lembro-me da “doce infância”. Muita coisa pode ter mudado o modo de viver, os costumes, as regras, as leis…
Mas é muito bom ouvir e registrar estas histórias, para dar continuidade aos hábitos e valores passados e não deixar se levar por todas as novidades dos dias de hoje.

 

Categoria: Poema 
Título: LUGAR ONDE VIVO
Escola: EEF FREI ANDRE MALINSKI
Diretor(a): LAERCIO SOBCZACK
Professor(a): ELAIR KOASKI MARCINIACK
Aluno(a): EVELIN MAIARA MORANTI  – 5° ano Ensino Fundamental

Na terra onde piso
Em uma pequena comunidade
Chamada Rio Liso
Vivemos na humildade

Gosto desse lugar
Pois é simples e amigo
É o lugar que sempre vou amar
Onde vou, todos vão comigo

Lá tem pinheiro
Com muito pinhões
Tem boiadeiros
E peões

Esse lugar é uma beleza
Sempre crescendo cada vez mais
É uma realeza
Viver sempre em paz

Tem uma grande vegetação
Nas árvores podemos fazer balança
É uma grande emoção
A vida de criança

Daqui nunca quero me mudar
Pois eu amo muito
Porque é o meu lar
Que está no cantinho do mundo.