Diretoria de Vigilância Epidemiológica orienta sobre como evitar a intoxicação alimentar e as viroses no verão
Com a chegada do verão, a Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC) alerta a população sobre o risco de ocorrência de casos de diarreia aguda e intoxicação alimentar, especialmente nas cidades litorâneas e turísticas de Santa Catarina. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), os casos de diarreia e intoxicação tendem a crescer nesta época do ano em função do aumento do consumo de alimentos e bebidas contaminados ou conservados de maneira inadequada, pelo contato com água imprópria para banho, aliado a um aumento na circulação de vírus, bactérias e parasitos que causam a doença.
Segundo dados da DIVE, o mês com o maior número de casos de doenças diarreicas agudas no estado em 2016 foi janeiro, com 26.045 registros, seguido por março (16.684) e fevereiro (15.293). Ao todo, até a Semana Epidemiológica número 49 de dezembro (04 a 10/12), foram notificados 146.556 casos no estado.
As causas das doenças estão relacionadas a diversos patógenos, entre eles os vírus rotavírus e norovírus, as bactérias escherichia coli (enteropatôgenicas), salmonella e shigella, e os parasitas cryptosporidium, cyclospora e giárdia. Em geral, eles são transmitidos devido ao preparo e acondicionamento incorreto de alimentos, ao consumo de bebidas (água, sucos, gelo) de procedência duvidosa e à ausência de cuidados com a higiene pessoal (lavagem das mãos), que facilitam a transmissão de patógenos causadores da diarreia.
A principal manifestação da doença é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência, podendo ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. Em alguns casos, há presença de muco e sangue nas fezes. O principal cuidado que se deve tomar é não consumir alimentos de procedência duvidosa e manter os alimentos sempre bem refrigerados.
De acordo com a enfermeira Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização Doenças Imunopreveníveis e DTHA da Dive/SC, o principal cuidado que se deve tomar é não consumir alimentos de procedência duvidosa e manter os alimentos sempre bem refrigerados. “Quando vamos para a praia precisamos estar atentos, principalmente para sacolés, raspadinhas e sucos, pois é difícil saber se a água utilizada era de boa procedência, por exemplo”, alerta.
Os sintomas de intoxicação alimentar, em geral, são náuseas, fraqueza, dor abdominal e palidez. O maior risco é a desidratação decorrente de uma possível diarreia ou vômito. Por isso, é importante ingerir líquidos, especialmente água. Em algumas situações, é necessária a reposição hídrica por meio de soro, e, por isso, é muito importante procurar um médico.
O diretor da Dive/SC, Eduardo Macário, salienta a importância dos cuidados durante o verão para evitar casos e surtos de diarreia. “É imprescindível que as pessoas tenham atenção redobrada durante esta época do ano, especialmente lavando as mãos com frequência e buscando evitar o consumo de alimentos cuja procedência é desconhecida. Caso identifiquem os sintomas da doença, a indicação é não se automedicar e procurar uma unidade de saúde mais próxima para tratamento adequado, bem como para que a vigilância epidemiológica possa iniciar uma investigação, com coleta de material bromatológico biológico, para tentar identificar os possíveis alimentos e agentes causadores da diarreia”, destaca.
Rotavírus/Norovírus
As viroses (rotavírus/norovírus) são altamente contagiosas, podendo sobreviver por até 7 dias nas superfícies, podem ser transmitidas diretamente – pessoa para pessoa – ou indiretamente, através de alimentos ou água contaminados pelo manuseio; acomete adultos e crianças, sendo caracterizada por náusea, vômito, diarreia, febre, dores epigástrica e abdominal com quadro clínico leve a moderado e duração, em geral, de 1 a 5 dias.
Como evitar os fatores de risco
– Não consuma alimentos que estejam fora do prazo de validade estabelecido pelo fabricante, mesmo que sua aparência seja normal;
– Mesmo dentro do prazo de validade, não consuma alimentos que pareçam deteriorados, com aroma, cor ou sabor alterados;
– Não consuma alimentos em conserva cujas embalagens estejam estufadas ou amassadas;
– Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, especialmente após utilizar o sanitário e antes de se alimentar, preparar ou manipular alimentos;
– Quando levar alimentos para a praia, garanta que eles estão bem protegidos e com a conservação térmica adequada;
– Não tome banho em praias impróprias ou em rios e córregos poluídos. Especialmente em época de chuva, o risco se agrava devido ao espalhamento de lixo e esgoto, aumentando as áreas com poluição;
– Embale adequadamente os alimentos antes de colocá-los na geladeira;
– Lave os utensílios de cozinha, especialmente depois de ter lidado com alimentos crus;
– Evite comer carne crua e mal passada, qualquer que seja sua procedência;
– Só tome leite fervido ou pasteurizado;
– Higienizar frutas, legumes e verduras com solução de hipoclorito a 2,5% (diluir uma colher de sopa de água sanitária para um litro de água por 15 minutos, lavando em água corrente em seguida, para retirar resíduos);
– Lavar e desinfetar superfícies que tenham sido contaminadas com vômito e fezes de pessoas doentes, usando água e sabão e desinfecção com água sanitária.