Em pleno caminho dos tropeiros, o município de 7.425( IBGE 2022) habitantes é um núcleo de colonização polonesa. Embora também façam parte da história dos italianos, alemães e ucranianos chegaram em menor número no município. A economia é baseada na agricultura, principalmente no fumo, feijão e soja. Cavernas, quedas d’água e trilhas fazem parte do patrimônio natural do município. A Capela do monge João Maria, é a mais antiga de Major Vieira, fica na localidade de Campina Dos Santos.
A história de Major Vieira está intimamente ligada a Canoinhas. Nos fins do século XIX, os tropeiros cruzavam o território com seus animais, do Rio Grande do Sul a São Paulo, interessados pela rica terra, e fixavam residência em Colônia Vieira. Major Vieira foi considerado uma das maiores personalidades presentes na guerra do contestado e hoje uma das mais influentes personagens da História desse país, o Major Tomaz Vieira foi o primeiro superintendente de Canoinhas – SC, onde deixou sua marca na história com descendentes no município de São José da Boa Vista no norte pioneiro do Paraná, e deu origem ao nome do Município de Major Vieira localizado no no norte do Estado de Santa Catarina – SC.
Pela Lei n° 195 de 23 de janeiro de 1924 foi criado o Distrito de Colônia Vieira. A criação do Município de Major Vieira ocorreu através da Lei Estadual n° 663, de 23 de dezembro de 1960, sendo sua instalação oficializada em 23 de janeiro de 1961. Os primeiros habitantes de Major Vieira foram: Joaquim Borges de Lima, Teodoro Bueno de Oliveira, Luciano J. de Paula, Otávio Fernandes de Souza, Gustavo Knoll, Augustinho Moraes dos Santos, Polidório de Oliveira e outros. Possui colonização alemã, italiana, polonesa e ucraniana. A principal atividade econômica é a agricultura em especial o cultivo de fumo, soja e milho, dentre outras variedades de alimentos. Seu acesso se dá pela Rodovia SC-477.
Manoel Tomás Vieira – Major Vieira
Nasceu em 1859, em Barigui de Cima, em Araucária/PR.
Nomeado Juiz de Paz (1908) no distrito de Curitibanos/SC.
Como militar obteve as patentes de Capitão, Major e Coronel do Exército.
Foi comerciante, fazendeiro e ervateiro. Administrava uma grande área de terras que pertencia ao Estado e ficava na localidade onde hoje está a cidade que leva seu nome (Major Vieira/SC). Na época essa área era chamada de Campina dos Santos e, antes de se tornar município, chamava-se Colônia Vieira.
Era compadre, afiliado político e principal cabo eleitoral do Coronel Francisco Ferreira de Albuquerque, Superintendente (atual cargo de Prefeito) de Curitibanos, de 1907-1913. Relações que influenciaram na emancipação do distrito de Santa Cruz de Canoinhas (hoje Canoinhas/SC), na época pertencia a Curitibanos.
Manoel foi o fundador e organizador de Santa Cruz de Canoinhas (1911), e seu primeiro Superintendente (Prefeito), de 6 de dezembro de 1911 a 25 de julho de 1918. Tornou-se Comandante da Guarda Nacional local e desempenhou importante papel na delimitação do território do município.
Em sua administração, eclodiu na região de Canoinhas a Guerra do Contestado (1912-1916), gerada por diversos fatores (sociais, políticos, econômicos e messiânicos). Canoinhas foi envolvida no conflito, principalmente em 1914 e 1915, quando várias vezes a vila e povoados do interior foram atacados pelos revoltosos, tendo recebido mais de 2.000 soldados na disputa do território entre Paraná e Santa Catarina.
A população, líderes e pessoas influentes reagiram aos ataques em luta armada e o Prefeito Manoel contava com pequeno grupo do Regimento de Segurança de Santa Catarina, uma unidade de soldados do 16º Batalhão de Infantaria do Exército e grande número de civis para resistir à investida. O primeiro ataque a vila aconteceu na noite de 14 para 15 de julho de 1914.
Após o segundo ataque à vila, dia 17 de julho de 1914, Tomás Vieira fugiu. Diante dos acontecimentos a vila transformou-se numa praça de guerra e restaram muitos mortos. Depois do conflito, Canoinhas se desenvolveu e o município teve sua economia reativada pelo extrativismo vegetal da erva-mate e madeira. Somente em 20 de outubro de 1916, o acordo entre os dois Estados foi assinado e o município foi incorporado ao território catarinense.
Foi coproprietário da tipografia Viera & Terrens, em 1918, Presidente do Clube União Recreativa de Canoinhas (1915) e doou patrimônio particular, oito lotes urbanos, para a construção da Igreja Matriz Cristo Rei, no Centro da cidade.
Eleito Deputado Estadual ao Congresso Representativo de Santa Catarina (Assembleia Legislativa), com 2.120 votos, tomou posse à 10ª Legislatura (1916-1918). Para mesma legislatura foi eleito seu compadre, Francisco Ferreira de Albuquerque.
Em Canoinhas foi eleito Suplente de Vereador (1919) e Vice-Presidente do Conselho Municipal (1924-1926).
Faleceu em 3 de junho de 1927, em Canoinhas/SC.